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Café com o Sensei

Pensamentos e comentários do Sensei Jorge Kishikawa




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    18-jan-2009

    Um toque basta!

    Neste final de semana, um aluno me trouxe um assunto delicado em relação à prática do tsuki, golpe de estocada, ao pescoço do adversário.
    Praticante do kenjutsu, se mostrava preocupado, pois estava com hérnia de disco, precisamente na região cervical (pescoço). E com toda razão!

    No kendo, um tsuki é considerado válido quando é o suficiente para "deslocar" o pescoço do oponente para trás. Eu sei como é isso. Treinei exaustivamente, por décadas, este golpe.
    Na década de 80, quando participava dos torneios, só éramos eu e meu irmão aplicando os golpes tsuki.
    Vi, no entanto, que este golpe esconde um grande perigo: lesão da coluna cervical acarretando a já conhecida hérnia de disco.
    Por ser médico, muitos professores lá no Japão me "consultavam" sobre a dor que tinham no pescoço e algumas delas, que iam aos braços e às mãos.
    Ou seja, ao longo das décadas de treinamento, o que era para ser um esporte saudável, se tornava causa de grandes danos.

    Não que isto tenha sido determinante, mas a orientação que tenho dado no treinamento no kenjutsu difere do que tenho praticado no kendo. Entendo que sendo uma espada real, a katana, os golpes não precisam "deslocar", "empurrar" o adversário. Ou, melhor dizendo, se fosse uma katana mesmo, uma perfuração de 1cm já seria fatal para lesar as partes vitais do oponente.
    É possível que um praticante de kendo desinformado não compreenda a validade de um tsuki no torneio de kenjutsu por achar que faltou "força" para deslocar o adversário.

    Compreenda: não há necessidade de "deslocar" o pescoço. Um toque basta.
    O importante é atingi-lo.
    Para que machucá-lo?
    Um toque basta!













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