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Café com o Sensei

Pensamentos e comentários do Sensei Jorge Kishikawa




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    06-dez-2009

    Cuidado com os Cupins

    Falei nesta semana do nosso colega de Londres , David Samuel (03nov - Intercâmbio com Londres).
    Hoje, trago aqui para você o relato de um de nossos primeiros alunos e que, por motivos de ordem profissional, transferiu toda a sua vida e sua familia para Londres.
    Brandalise, (hoje conhecido como dr. Brandalise of University of London) foi um dos primeiros alunos e monitores da Unidade Ana Rosa . Naquela época, coordenava o grupo do Kir Jovem além de ministrar palestras de sua área: biologia. E, em especial, um tema que as crianças adoram: dinossauros.
     


    Brandalise


    Antes de partir, veio pedir minha orientação e, que hoje, vejo que não foi tempo perdido, como poderá constatar em suas palavras:
    Shitsure shimassu, Sensei!

    Acaba de sair publicado mais um trabalho meu, onde sou apenas co-autor, mas onde trabalhei bastante. O aspecto mais importante da publicação é que este é meu primeiro artigo em uma revista científica tradicional e altamente conceituada. Estou escrevendo porque achei que o Sensei gostaria de ver, e ter uma copia (muito embora seja apenas um PDF; em anexo). O trabalho também está disponível online, nos links abaixo:
    https://www3.interscience.wiley.com/journal/121583668/grouphome/home.html
    https://www3.interscience.wiley.com/journal/122664049/abstract

    Mais uma vez, tenho muito a agradecer ao Sensei. Não se publica em uma revista científica internacional como esta, bastante tradicional, sem saber como 'cortar de verdade' (o que aqui é traduzido em qualidade de informação, texto, manejo de software de análise, etc). Muito embora este tenha sido um trabalho conjunto (com o outro autor, a quem cabe grande parte do mérito), não teria realizado minha parte (nem conquistado minha chance de ter um lugar neste trabalho) sem o que aprendi no Niten, junto com o Sensei. Em particular: finalizar o corte; na hora de trabalhar, trabalhar (mesmo); fazer até a exaustão, mil vezes. Para 34 páginas de artigo impresso, foram mais de quinze versões de texto, cada qual com mais de 100 paginas em Word, em três submissões. Mas esta é exatamente 'A batalha'. Faz parte da batalha não apenas olhar o fóssil, mas realizar todo o processo: desde a concepção conceitual do trabalho, até a publicação dele. Desta forma, não basta brandir a lâmina. A luta não se resume a isso (o que é algo que meus pares no Brasil muitas vezes parecem não entender). É preciso fazer a reverência, sacar, cortar, retornar a bainha; depois disso tudo, manter a atenção, sem relaxar. Fazer tudo isso sem "estar duro". Estar Zen.

    Para que o Sensei possa apreciar melhor o trabalho, minha participação (além de aspectos gerais) está centrada na parte da descrição propriamente dita, e na produção das imagens (mas não se resume a isto; trabalhei em todas as partes do artigo, mas fui responsável principalmente pelas partes que acabo de mencionar).

    Talvez o mais importante: neste Shuguyo que é o Doutorado que estou fazendo, tenho a consciência que meu trabalho - hoje - já está em um nível superior e com muito mais qualidade do que quando este trabalho foi aceito para publicação (Outubro/2008). O próximo passo é publicar como primeiro autor, em uma revista de igual renome (ou melhor), e já tenho artigos submetidos no qual estou buscando isso. Mas no caso destes artigos, a batalha ainda não está ganha, e ainda há muito para fazer.

    Domo arigato gozaimashita!
    Brandalise

    Indubitavelmente que não há satisfação maior em ver meu aluno atingir seus objetivos.

    No caso de Brandalise, foi necessário:
    confiança para seguir os conselhos;
    determinação para levar a família (a mulher e suas duas filhas);
    coragem para enfrentar o mundo (esse mundo dos acadêmicos que não é nada fácil)
    dedicação para chegar até onde chegou.

    Para Brandalise, agora será necessário cuidado.
    Cuidado?
    É.
    Cuidado para com os invejosos.
    Pois estes proliferam em todos os Caminhos.
    Como cupins a infestar aqueles que construímos.




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