Café com o Sensei Ir para o Conteúdo
imgcentral

Café com o Sensei

Pensamentos e comentários do Sensei Jorge Kishikawa




Retornar para últimas postagens

    10-ago-2011

    Bushido, nem a bomba atômica

    "Estive no Japão (Hiroshima) em 1996, como filho de japoneses, estranhei muito a paixão (e idolatria) dos japoneses pelos americanos, quando questionei os meus tios japoneses que participaram da guerra, eles me responderam que a bomba de Hiroshima salvou o Japão, "eles eram loucos tentando derrubar aviões com espingardas", e que encontraria "verdadeiros japoneses" no Brasil, pois aqui se ensina o Bushido e a cultura japonesa.
    Hoje com 55 anos, sou o que sou graças aos ensinamentos que me foram passado pelos meus pais, e que reencontrei no grupo Niten com o Sensei.
    Nem a bomba atômica conseguiu destruir o Bushido.
    Domo Arigato Gozaimassu Sensei.
    " - Ishida (Unidade Vila Mariana - Templo Nikkyoji)


     

    "Enquanto o Sensei falava nos Momentos de Ouro, me veio à lembrança uma passagem do final do filme Yume (Sonhos), de Kurosawa:
    “— Mas e a respeito das luzes?... [pausa]
    — Nós temos velas e óleo de linhaça.
    — Mas a noite é tão escura...
    — Sim. É assim que a noite deve ser. Por que a noite deveria ser clara como o dia? Eu não iria gostar da noite clara, em que não fosse possível ver as estrelas."
    Eu vejo em Kurosawa um grande descompasso entre sua visão de vida e as ideias de progresso e desenvolvimento desmedidos de nosso tempo. Tomando mais pensamentos emprestados, eu lembro do Momento de Ouro que o Sensei explicava o “lamento da árvore que chora”: às vezes nos preocupamos tanto sobre nosso trabalho, sobre juntar, sobre atribuir a nós mesmos as conquistas que tivemos... mas será esse o real valor da vida?
    Relembrar as vítimas do massacre de Hiroshima e Nagasaki é pôr em evidência as dimensões da tristeza e da falta de sentido que a busca pela riqueza, poder e crescimento econômico desenfreado podem causar. Milhares de vidas que desapareceram “instantaneamente”. O Sensei disse que não há um consenso sobre a necessidade da bomba para pôr um fim à guerra, mesmo que os japoneses já estivessem preparando seu plano de rendição, mas eu acho que a pergunta sobre essa “necessidade” já é em si um contrassenso, pois a guerra já foge de qualquer sentido mais humano da vida.
    Eu acredito que uma nação que despeja vidas através de uma bomba nuclear terá sempre o vento soprando sua calma, e se a árvore não se mexe, é simplesmente porque faltam as folhas, a sensibilidade em buscar algum valor para a vida
    ." - Meloni (Unidade Ana Rosa)


    "a arvore que chora"


    "No Momento de Ouro durante o relato do Sensei, sobre os 65 anos da explosão da bomba atômica que destruiu Hiroshima e Nagasaki, um nó na garganta e lágrimas contidas, surgiram ao imaginar a destruição e as mortes fatais causadas no momento da explosão, bem como o sofrimento daqueles que sobreviveram, devido a fome e as doenças decorrentes da radiação.
    A cada palavra havia a lembrança dos meus avós paternos que diziam, que não devíamos deixar um grão de arroz no prato, pois em tempos de guerra muitos morreram de fome, e que devíamos ter profundo respeito pelo alimento, como algo sagrado e que nunca deveria ser desperdiçado. As palavras do meu ditchan (avô) sobre o sofrimento, a fome e a perda de familiares, nesta época da guerra, serviram de exemplo e foram importantes na formação de alguns dos meus valores.
    Compreender através daqueles que tiveram que recomeçar do zero, sem nada e com as próprias mãos, sentir que cada dia de vida é uma luta, valorizar e preservar tudo aquilo que temos e viver sendo guerreiros até o fim
    ."- Nuria Yonamine (Unidade Sumaré)


     




    topo

    +55 11 94294-8956
    contato@niten.org.br