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Café com o Sensei

Pensamentos e comentários do Sensei Jorge Kishikawa




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    06-jul-2012

    Shugyo com o Sensei 6 - O ''Duelo'' do Sensei

    "Aqui estamos, o Sensei e eu, em um Gashuku (concentração) de três dias no Japão, um Gashuku de Iai com treinos de Jô (bastâo) inclusos.

    Este Gashuku não estava nos nossos planos originais, antes da viagem. Isso importa porque no planejamento da viagem, o Sensei programou cada etapa de modo estratégico! Como? Ponderando os recursos* necessários em cada fase, os períodos de "descanso" físico, a logística, enfim, como tirar o máximo de nós em cada etapa, pensando no que já passamos e o que ainda temos para passar, para viver...

    Apesar do programa diferente do esperado, quando se está em guerra (ou poderíamos dizer: na vida), os imprevistos se apresentam e temos que lidar com eles!

    Pois bem, no terceiro e último dia de Gashuku, o Soke(sucessor) do nosso estilo decidiu promover um shiai entre dois times: japoneses versus gaijins(estrangeiros)! Dois times de oito samurais cada.

    O Sensei e eu ficamos no time dos gaijins (o meu caso era óbvio mas, o do Sensei, quem sabe ou pode afirmar?).
    De qualquer modo, o fato é que o Sensei, pelo fato de ser o capitao da equipe, tinha um oponente de muito peso (metaforicamente falando), tratava-se de também de um dos professores responsáveis no Gashuku e coordenador de um dojo importante no Estado/Província onde nos encontrávamos.

    Eram duas sequencias quaisquer para cada praticante. O shiai estava sendo atentamente acompanhado por pelo menos mais 100 espectadores, todos praticantes de Iai, participantes do Gashuku que estava acontecendo num grande ginásio.

    Na minha percepção, havia um toque de tensão no ar, do tipo "teriam os gaijins condições de representar perigo aos japoneses?".

    Os três juízes ficavam parados, imóveis, um tempão sem piscar,  com um impressionante nível de atenção, acompanhando os menores detalhes de cada dupla. Sério, era quase como se cada juiz estivesse ali executando as sequências que acompanhava.

    Terminadas as duas performances do professor e do nosso Sensei, os juízes deram seu veredicto: 2 x 1 em favor do referido professor. Mas com um detalhe fundamental: o voto para o Sensei foi dado por ninguém menos que Fumitaka sensei, filho do Soke do estilo e, pela ordem natural das coisas, futuro Soke. Ou seja, tivemos um contexto que foi um tanto desconfortável para muitos dos presentes, afinal, na avaliação do futuro Soke do estilo para aquelas apresentações, um "gaijin" (aspas indispensáveis), o nosso Sensei, superou uma referência importante para o estilo no Japão!!

    E agora? O que isso significa? Honestamente não me sinto em condições de avaliar os desdobramentos do fato no Japão. Do "nosso lado", o dos gaijins, arrisco dizer que a mensagem é continuarmos treinando, com firmeza, com garra, com fúria, a exemplo do Sensei, pois penso que o espírito samurai que cultivamos dentro de nós aqui no Niten independe de nacionalidade, raça, religião ou qualquer outro rótulo que possamos pensar. Aqueles, como Fumitaka sensei, que estiverem em condições de enxergar e reconhecer isso, o farão!

    Omedetô ao Fumitaka sensei pela transparência, omedetô ao Sensei pelo feito e Domo Arigatô Gozaimashita por nos treinar no Espírito Guerreiro!

    *entenda por recursos necessários além da bagagem, o tempo, a energia individual de cada um e a conjunta da dupla. Os recursos fazem parte da estratégia...


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