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Café com o Sensei

Pensamentos e comentários do Sensei Jorge Kishikawa




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    29-out-2008

    Velocidade, sim!



    Se brutalidade, citada no Café de ontem, não tem a ver com a espada, o que tem a ver?
    - A velocidade. - eu te digo.
    Não tem jeito.
    E não adianta se acomodar.

    Digo isso, porque há muitos praticantes que, ao se aproximarem da velhice, se apóiam no estético, dizendo frases como:
    - O importante é a postura. O importante é o espírito.
    Sem dúvida que sim. Mas a partir daí, dizer que não precisam da velocidade é como que fugir do propósito inicial: que, uma vez desembainhada, a espada está la para vencer.
    Com o tempo, as pessoas ficam caducas...

    28-out-2008

    Brutalidade

    Tudo bem, não precisa derrubar (ou arremessar) o adversário no combate, se ele é idoso, se é uma mulher, ou uma criança.
    O ideal é que você já tenha superado tecnicamente a ponto de não precisar fazer esta estratégia, caso entre em combate com um desses adversários. Isto nos tempos atuais, porque antigamente, caso
    vacilasse, pagaria com a vida, como o caso do samurai Arima Kihei, vencido por Musashi sensei, quando este tinha os seus 13 anos.

    Lembro-me nos tempos de kendo, quando o público feminino ainda inexistia. As poucas mulheres saíam machucadas de todos os treinos. Num
    torneio então, nem se fala. Alguns lutadores, que eram inclusive brutamontes do judô, quando ficavam em desvantagem, partiam com tudo para cima deixando-as com hematomas e contusões.

    Os juízes devem identificar imediatamente este tipo de atitude e anunciar;
    - Falta por excesso de força! - e pôr fim à brutalidade.
    Que nada tem a ver com a espada.

    27-out-2008

    Instinto na Arbitragem

    Aquele dia o sol estava de rachar...


    E justo nos meus olhos. Tive que fazer a arbitragem com a mão na testa.
    Fiquei imaginando como era difícil para os juízes nos tempos samurais.
    Se duelavam a céu aberto com o bokuto (espada de madeira) ou shinai (espada de bambu), a menos que um dos dois saísse ferido, teriam eles passado por momentos difíceis, suponho.
    Nos combates de kenjutsu e kobudô, os juízes precisam ter olhos de águia e instinto de tigre.

    Vale a shoto (espada menor), vale o círculo (en) (17out - Não é coreografia. É combate.), vale o sune (canela), imobilizar com a mão livre e muitas técnicas que acontecem em centésimos de segundos que um olho normal não conseguiria acompanhar.
    Desta vez também não foi diferente. Tive que usar além da visão, e da mão, o instinto.
    Já sabendo o que estava para acontecer...

    24-out-2008

    Tombaram com a shoto

    Se você estiver lutando contra um oponente que utiliza a espada curta (shotô), procure ficar bem esperto.
    Porque apesar dele utilizar uma arma pequena numa das mãos, ele tem na outra uma que é invisível.
    Neste Torneio do Rio (14out - Guerreiros e Cavalheiros), alguns samurais tombaram quando cruzaram com a espada curta.
    Um excelente treino para melhorar e conhecer a espada menor é o treinamento com o jitte.
    Para não ser pego.

    Jitte

    21-out-2008

    Flexionar com tudo

    Não é só com espadas que se flexiona os joelhos.

    Outras armas como o Bo (bastão longo) também requerem o preparo físico e coordenação das pernas.

    No vídeo que te mostro hoje, você poderá conferir.




    Sensei e Senpai Wenzel demonstram Katori Shinto Ryu Bojutsu no Dia do Samurai 2007

    20-out-2008

    Flexione os joelhos

    Escrevi, no Café de sexta (17out - Não é coreografia. É combate.) que:
    "Musashi Sensei condenava os estilos que se preocupavam demais com a postura ereta, flexionar os joelhos ou se apegar a detalhes de como fazer uma postura (kamae) 'correta'".
    Não fui claro.

    O que eu quis dizer é que flexionar os joelhos faz parte de um combate com a espada. Estilos renomados como o Niten Ichi Ryu, Suiyo Ryu ou o Katori Shinto Ryu tem nos seus vários katas a flexão dos joelhos.
    Aquele que sabe utilizar esta técnica amplia o seu leque de opções para o ataque ao adversário, como no vídeo em que o Brum acerta o "utigote". 

    17-out-2008

    Não é coreografia. É combate!

    O samurai Miyamoto Musashi (para nós do Instituto Niten, Musashi sensei) já dizia há quinhentos anos que muitos estilos estavam preocupados mais em florear a sua arte que colocar conteúdo. Condenava os estilos que se preocupavam demais com a postura ereta, flexionar os joelhos ou se apegar a detalhes de como fazer uma postura (kamae) "correta". Outros faziam malabarismos rodopiando a espada como esses meninos de rua no farol com pauzinhos.
    - Nada disso tem a ver com o Verdadeiro Caminho da Espada.- dizia Musashi sensei.
    - Então, se florear não é preciso, o que é preciso, uma vez que se adentra no treinamento com a espada samurai?
    Para respondermos a esta questão, temos que nos perguntar, antes de tudo, o que é ser um samurai.
    - É aquele que serve - no latu sensu da palavra - é o que você vai me dizer e que alguém com um pouco mais de estudo já sabe.

    E então?
    A questão é: mas não adianta querer servir, se não tiver força.
    E de onde vem a força?

    Vem da coragem. Em japonês, "yuu" ou "konjo" e que era a virtude mais importante ao lado da honra para os samurais. Isso desde a infância. Da mesma maneira que os leões lançam seu filhotes ladeira abaixo, faziam também com seus filhos.
    Nossos alunos são treinados*, já nos primeiros dias, a lançarem-se sobre os seus adversários como os leões (13out - Ordem Unida).
    Não precisa estética.
    É preciso conteúdo.
    Antes a coragem. Depois a estética.



    * no combate de kenjutsu, regido pela CBKO (Confederacao Brasileira de Kobudô), existe o "en", um circulo que se assemelha ao "dohyo", a arena de sumô. Aquele que sair primeiro, ou for arremessado pelo adversário, tal como no sumo, dá ao seu oponente um "yuko", um meio ponto.

    16-out-2008

    4 Virtudes no Rio

    Virtudes a serem cultivadas por um samurai:
    Dotoku = moral
    Kiritsu = disciplina
    Shudan = coletivo
    Jukuren = proficiência

    virtudes cultivadas neste fim de semana no Rio:

    "Através da Ordem Unida (14out - Ordem Unida), a tropa evidencia, claramente, os quatro índices de eficiência:
    Moral – pela determinação em atender os comandos, apesar da necessidade de esforço físico.
    Disciplina – pela presteza e atenção com que obedece os comandos.
    Espírito-de-corpo – pela boa apresentação coletiva e pela uniformidade na prática de exercícios que exigem execução coletiva.
    Proficiência – pela exatidão nas execuções.
    "
    Manual de Campanha – Ordem Unida, do Exército Brasileiro, capítulo 1, artigo I. EGGCF, 2ª Edição, 1980"

    Ordem Unida

    15-out-2008

    Ordem Unida

    O Torneio no Rio (06out - Lá no Rio) ficará na lembrança de todos os samurais do Niten.
    Entre muitas coisas boas para comentar, colocarei hoje esta foto, que no Niten foi um evento inédito:



    O OBJETIVO ÚNICO DA INSTRUÇÃO MILITAR É A EFICÁCIA NO COMBATE. Somente tropas bem disciplinadas, fazendo um esforço coletivo e combinado, podem vencer.
    Exercícios que exigem exatidão e coordenação mental e física ajudam a desenvolver a disciplina.

    A Ordem Unida não tem só por finalidade fazer com que a tropa se apresente em público com aspecto marcial e enérgico, (...) mas principalmente, a de constituir uma verdadeira escola de disciplina e coesão" 
    - Manual de Campanha – Ordem Unida, do Exército Brasileiro, capítulo 1, artigo I. EGGCF, 2ª Edição, 1980


    Não nos esqueçamos que nas veias de um samurai, corre o sangue militar.




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