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Café com o Sensei

Pensamentos e comentários do Sensei Jorge Kishikawa




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    24-jan-2013

    Matéria no Jornal Brasil Econômico

    Esta semana fomos convidados à redação do Jornal Brasil Econômico.
    Segue abaixo a matéria publicada hoje.




    Brasil Econômico - Priscilla Arroyo |

    Filosofia de guerreiros pode ajudar na carreira executiva


    Mestre ensina antigos valores dos guerreiros japoneses, em que cada momento é vivido como se fosse uma batalha.

    Olhar aguçado que beira o stress, atenção plena e disponibilidade para emitir uma opinião a qualquer momento. Essas são as características mais comuns entre os executivos que iniciam o treinamento com o Sensei Jorge Kishikawa, no Instituto Niten.

    As aulas transmitem a filosofia dos guerreiros através do treino da esgrima japonesa e propõe além do exercício físico, uma nova visão de vida, na qual cada momento deve ser tratado como se fosse uma batalha, cenário em que falhas ou imperfeições são inconcebíveis. “O maior desafio a princípio é ensina-los a ouvir. Os executivos são muito articulados e querem dar opiniões mesmo quando não peço”, conta o Sensei.

    O acúmulo de informações formais provenientes principalmente da posse de diplomas, infla o ego dos homens de negócios e os fazem esquecer valores básicos, como a compaixão, honra e disciplina, diz. Por isso, a primeira exigência do mestre é ouvir em alto e bom som dos novos alunos sobre a vontade de aprender. “É um truque para de quebrar a auto confiança exacerbada”, conta Kishikawa.

    Após essa etapa, a espada entra em cena. Observando como os discípulos empunham a arma, o Sensei faz uma avaliação sobre a personalidade dos alunos e logo parte para a primeira lição. “Bato com a espada de bambu para ensiná-los como lidar com uma derrota”, diz.

    No entanto, a dor maior não é proveniente do contato que o bambu trava com a pele, e sim do convívio com o mestre, que traz à tona muitas situações nas quais se destacam as falhas de conduta. Nesses casos, a tradição oriental dita que os erros devem ser trabalhados no momento em que acontecem, e por isso o aprendizado em tempo integral pode ser cansativo, e em algum casos, até doloroso.

    Esse trabalho espiritual é baseado na filosofia Bushido, que significa “caminho do guerreiro”. Esse é um código de ética e conduta, um modo de vida para os samurais, que fornecia parâmetros para os guerreiros viverem e morrerem com honra. “É possível que o homem fique livre da ganância seguindo os mesmos princípios que balizavam a vida dos samurais”, diz.

    Com objetivo de traduzir todo esse ensinamento para o mundo corporativo, o Sensei Kishikawa criou há 20 anos um método próprio denominado KIR empresarial (mais detalhes no quadro abaixo), no qual é proposto um encontro semanal exclusivo- somente entre o mestre e o executivo.

    Durante as aulas, a lida com a espada através do Kendo (caminho da espada, uma das disciplinas japonesas mais tradicionais) serve de ferramenta para o ensinamento de lições de vida, que refletidas na atividade empresarial torna os profissionais mais competentes.
    Discípulo há cerca de seis meses, o consultor de investimentos Alexandre Wolwacz, conta que é possível perceber uma significativa melhorar da sua performance no trabalho. Para ele, premissas ensinadas pelo mestre como a disciplina, o foco na tomada de decisão, e a busca pela perfeição, são lições imprescindíveis para quem atua no mercado de capitais.

    Wolwacz, que atua principalmente realizando negociações de curto prazo no mercado financeiro, mensura que o nível de acerto das operações subiu de 65% para 85% desde o início dos treinos.
    “Embora esse tenha sido um nível significativo de melhora, o mais importante é que tenho avançado no acerto do ponto preciso do início de cada operação (de compra e venda de ações)”, conta o executivo.

    Através de um olhar mais subjetivo das aulas, Wolwacz destaca a energia que “passeia” pelo ambiente durante o treino. “Me sinto literalmente energizado para executar o que for necessário a fim de realizar minhas atividades de trabalho”, conclui.

    De acordo com Guilherme Sanches, executivo de um dos maiores grupos empresariais do Brasil e discípulo há cerca de seis anos do mestre Kishikawa, as aulas ajudaram no trato com as pessoas. “A partir do processo de autoconhecimento, consigo interpretar a verdadeira intenção escondida atrás da fala do meu chefe ou dos subordinados. No treino, somos induzidos a sentir o estado de espírito do oponente, o que alimenta minha sensibilidade”, avalia.

    Saquê com o mestre

    Ele destaca ainda a força que adquiriu durante o tempo de treinamento. “Na rotina diária, somos constantemente tentados para escolher entre o certo e o fácil. No treino, o instinto do guerreiro é incorporado e temos força para agir sempre do modo correto”, afirma.

    Não é somente dentro do Instituto Niten que os ensinamentos acontecem, pelo contrário, de acordo com o Sensei, a convivência fora do local formal de aprendizado é essencial para que a evolução ganhe força no íntimo dos discípulos. Em seu livro “Shin Hagakure - pensamentos de um samurai moderno”, Kishikawa reuniu as principais premissas para ajudar os alunos a enfrentarem a travessia da vida. Em um trecho, ele destaca a importância da convivência informal com o mestre. “Bebe-se saquê para tirar a máscara, acabar com a formalidade existente na rotina do trabalho ou mundo corporativo”.


     




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